MARIA ROSA
( BRASIL – DISTRITO FEDERAL )
Reside em Brasília
Maria Rosa. Céu que chora. Apresentação de Cristina Albuquerque. Brasília: Studio 3 Comunicação Gráfica & Editora Ltda, 2011. 140 p. No. 10 243
Exemplar da biblioteca de Antonio Miranda, cedido pelo Brito(livreiro de Brasília) em novembro de 2024.
Céu que chora
Chuva fina que lentamente cai.
Fazendo uma manha triste e sem sol,
De minh´alma uma saudade se vai
Pela tarde fria e sem arrebol.
Choro a saudade do meu lar querido,
E de minha mãe que deixei chorando
Acenando com amor sentido
Quando ia dela me distanciando.
E longínqua, relembro com saudade
Donde nasci, da pequena cidade,
Tão diferente da que hoje moro!
Entregue os meus tristes sentimentos,
Vejo o mundo alheio aos meus lamentos,
Só o céu, chora triste, como eu choro.
Descrença
Por longas estradas andei,
caminhos vários percorri,
encruzilhadas atravessei.
E nessa triste caminhada
vi na beira do asfalto
a fome entronizada.
Vi a destruição da inocência
a justiça corroída
o extermínio da decência,
a apatia de sentimentos
a bondade diluída
nos desejos da violência.
Sou uma ilha de temores,
sou um monstro de mil olhos
sou desespero de um povo carente
sou o que não queria ser
produto de uma sociedade
corrupta, hipócrita, decadente.
Grito abafado
Grito d´alma quebrando a calma
espera infinda, mesmo que ainda
não sinta em ti
a espera de mim.
Indiferente as vezes te sinto,
minto?
Dizes sim olhando pra mim,
Eu acredito
e em ti calo o meu grito.
Serei tudo para ti
me acolheste
te escolhi.
Ontem se foi
esqueçamos.
Hoje, existe,
vivamos.
Urge o tempo
aproveita a colheita,
zomba da quimera,
e te amarei com ardor.
Império do asfalto
Antolhos no sol
não há arrebol.
Venda no homem
cegando o sentimento
dos que consomem
pra não passar fome
neste degredo infernal.
Enquanto o império da desgraça
mais e mais ascendendo
com a ação do Caudilho do mal.
Que vai vendendo desgraça a preço alto
com o domínio do asfalto
segue, despreocupado esse incauto
pensando que é esperto
não vê que está tão perto
seu triste final.
Lá está ele no topo do seu mundo
onde é rei sem trono, nem cetro.
A metralha é sua rainha
seu conselheiro é a morte.
Vive sem dor de ninguém
bebendo as lágrimas dos desesperados
pelo vício enjaulados
abandonados pela sorte.
E seu reinado vai imperando
dignidades devastando
destruindo valores reais
dos que buscam através do metal
e pó maldito a dose letal
que transforma esses pobres seres
em ferozes animais.
Livre segue esse rei do mal
pensando que é esperto
mas não vê que esta bem perto
seu triste final.
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Página publicada em novembro de 2024
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